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Zipper Galeria apresenta "O Ateliê Fotográfico de André Feliciano"

Artista transporta seu ateliê para o espaço da galeria, com objetos e móveis do cotidiano, e faz uma declaração de amor à fotografia

Uma declaração de amor à fotografia. É com esse sentimento que André Feliciano criou

um método único - envolvendo diversas técnicas seculares de diferentes momentos da

história fotográfica - para recriar cenas do cotidiano, apresentadas em exposição na

Zipper Galeria, em cartaz a partir do dia 25 de maio.

A mostra "O Ateliê Fotográfico de André Feliciano" é um convite para adentrar à

intimidade criativa do artista: seu ateliê é transportado para o espaço da galeria. É como

se o visitante passeasse pelo universo de Feliciano, onde cada objeto, cada móvel, cada

rolo de filme, juntos, contam a história de um apaixonado pela fotografia.


André apresenta, em mais de 20 obras inéditas, os resultados de dois anos de pesquisa,

que retratam a criação de um cotidiano fotográfico lúdico. Em cada uma delas,

ressuscita a história da fotografia, desde a impressão salgada do século 19 – que é a

primeira técnica de positivo e negativo da história –, o banho de platinum, o filme

analógico em chapa de negativo e a impressão digital. Além disso, resgata uma tradição

antiga da fotografia pintada, com aplicação de tinta óleo sobre as fotos analógicas em

preto e branco.


O diferencial de Feliciano não reside apenas na técnica exímia que emprega,

combinando antigas práticas com tecnologias contemporâneas, mas também na

singularidade de sua abordagem. Em um campo onde poucos ousam aventurar-se, ele

se destaca como um visionário que desbrava territórios inexplorados, ao criar flores,

comidas e objetos como declarações de amor à fotografia.


“Cada imagem é resultado de um processo demorado, uma ligação afetuosa entre o

presente e o passado, de uma forma que fotografia e vida se entrelaçam. Essa exposição

é um retrato da minha relação de envolvimento com esse universo. É uma troca. Eu

fotografo o mundo, e o mundo me fotografa de volta”, declara o artista.


Sobre André Feliciano


André Feliciano, um artista que mergulha na relação entre fotografia e vida cotidiana,

faz da sua obra uma celebração da vida fotográfica. Unindo técnicas antigas com a

tecnologia atual, suas criações vão além do mero registro visual. Ele ressuscita técnicas

desde o século 19 até a impressão digital, além de trazer de volta a tradição da fotografia

pintada.


Para Feliciano, a fotografia é uma experiência de liberdade e conexão com o mundo ao

nosso redor. Suas obras convidam o espectador a explorar novos tipos de relação com

a fotografia, transformando-a em uma celebração da vida em sua forma mais pura e

poética.


Filho de um fotógrafo e uma mãe arteterapeuta, Feliciano encontrou nas influências

familiares uma base sólida para sua jornada artística. Seu interesse inicial pelos

fotogramas coloridos evoluiu para experimentações com luzes diversas, desenhos e

figurações tridimensionais.


Ao contemplar suas obras, é possível sentir-se inicialmente vigiado pelas inúmeras

câmeras presentes, mas logo essa sensação se dissolve em uma aura lúdica, enfatizada

pela poesia de posar naturalmente para uma flor. André Feliciano busca

constantemente sua liberdade criativa e novas formas de expressão, transformando a

fotografia em uma ideia expandida da vida, devolvendo algo ao mundo através de suas

criações.


Sobre a Zipper Galeria


Localizada no bairro Jardins em São Paulo, à rua Estados Unidos 1494, a Zipper Galeria

é mais do que uma galeria de arte; é um espaço dinâmico que se reinventa

continuamente para acolher a multiplicidade de discursos da arte contemporânea.


Desde sua inauguração em 2010, a galeria tem sido uma referência para artistas

emergentes e uma plataforma inclusiva para nomes estabelecidos.


A arquitetura acolhedora da Zipper Galeria, que foge do tradicional cubo branco, com

inspirações do brutalismo, é assinada por Marcelo Rosenbaum. O espaço abraça a

interseção entre arte e tecnologia, reunindo diversas formas de expressão artística,

desde a pintura e escultura até a fotografia, vídeo, desenho e instalação.


A Zipper Galeria iniciou sua trajetória com foco nos talentos emergentes da cena

artística, sendo reconhecida como uma galeria que respira a "linguagem jovem de São

Paulo". Ao longo dos anos, no entanto, a galeria expandiu suas representações,

incorporando artistas representativos das décadas de 1980 e 1990, além de

testemunhar o amadurecimento das produções dos artistas que acompanhou desde o

início.


A palavra que melhor define a Zipper Galeria é "pluralidade". A galeria se tornou um

ponto de convergência para a diversidade de estilos do cenário artístico brasileiro. Essa

abertura à pluralidade é evidenciada em projetos como o Zip’Up, lançado em 2011, que

ocupa o segundo andar da galeria, e o "Salão dos Artistas Sem Galeria", realizado

anualmente desde 2012, ambos dedicados a impulsionar artistas ainda não inseridos no

circuito comercial de São Paulo.


Além disso, a Zipper Galeria marca sua presença no cenário urbano com o projeto

"Poesia de Fachada", que transforma a fachada da galeria em uma tela para poemas

visuais.


A visão e paixão por arte de Fabio Cimino deram origem à Zipper Galeria, e desde 2012,

seu filho, Lucas Cimino, junto com o sócio Osmar Santos, a partir de 2017, tem liderado

a galeria, trazendo a combinação de experiência e inovação para consolidar o

compromisso da Zipper Galeria com a arte contemporânea.


Em constante evolução, a Zipper Galeria continua a ocupar um espaço essencial no

panorama cultural brasileiro, impulsionando iniciativas pautadas por criatividade

artística e tecnológica.



Serviço:

O Ateliê Fotográfico de André Feliciano

Abertura: 25 de maio, das 11h às 17h

Período expositivo: 25 de maio a 27 de julho

Endereço: Rua Estados Unidos, 1494 - Jardim América, São Paulo - SP

De segunda-feira a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábado, das 11h às 17h

Entrada gratuita.


Informações para imprensa:

a4&holofote comunicação

+55 11 3897-4120


Fabio Allves | fabio.alves@a4eholofote.com.br | +55 11 99381-2240

Neila Carvalho | neilacarvalho@a4eholofote.com.br | +55 11 99916-5094

Mai Carvalho | maicarvalho@a4eholofote.com.br | + 55 11 9 9934-7866



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Olhar Fotográfico por Caru Duprat


Conheci André Feliciano elaborando sua teoria da arte

florescentista. Hoje, ela floresce em vários cantos e canteiros.

A máquina fotográfica é o ponto de partida que se desdobra no

olhar fotográfico. A maneira como passamos a perceber o mundo

desde sua invenção, torna presente o ausente, permanente o

que é efêmero. Guarda instantes de vida, cria uma história de

instantes. Feliciano em seu trabalho faz a máquina germinar,

brotar e florescer; ela escolhe o que ver, olha as nuvens passarem,

o que acontece no entorno e nos olha. Mas a sua máquina não

cria uma imagem, cria o imaginário.


________________


As Plantas São Fotógrafos dos Cosmos por Leka Mendes


Emanuele Coccia diz que nós e os animais somos objetos da

jardinagem cósmica das plantas, somos um dos seus inúmeros

produtos culturais. As plantas criaram tudo o que conhecemos, desde

a atmosfera que todos os animais respiram até os alimentos que

mantêm os seres do planeta vivos. As plantas também representam

a nossa possibilidade de existência: elas estão na origem de quase

tudo que nos cerca, como alimentos, abrigo, mobiliário, vestimentas,

medicamentos, etc. Nesse sentido, elas não são apenas parte da

paisagem, mas são a razão da própria paisagem existir: criaram

tudo o que podemos ver à nossa volta com sua respiração (que gera

oxigênio para todos os animais) e fotossíntese (que gera alimento).

Assim, podemos pensar que as plantas são os primeiros jardineiros

e fotógrafos do planeta, transformando a luz em matéria, mudando

a atmosfera terrestre, criando tudo e toda imagem que existe no

planeta. E isso é muito fotográfico! O que vemos no mundo é o ponto

de vista das plantas; elas são o ponto de vista que gera a imagem

da vida terrestre, elas são os fotógrafos do cosmos. As plantas

fotografam a luz do sol e geram todas as imagens que existem ao

nosso redor. Elas, as cianobactérias e a fotossíntese que produzem

em conjunto fazem parte do processo que revela a vida.

No trabalho de André Feliciano, o Jardineiro, podemos associar esse

pensamento de Coccia, no qual as plantas fotografam. Esse ponto de

vista dos seres terrestres nos lembra da profunda interdependência

entre todas as formas de vida neste planeta, pois um só existe por

causa do outro. Talvez, de fato, os seres que habitam este mundo

nos observem com mais atenção do que imaginamos e também nos

fotografem, testemunhando silenciosamente nossas escolhas e

ações enquanto continuam a tecer os fios invisíveis que conectam

todos os seres vivos.


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Mais Câmeras que Flores por Lucas Cimino


Para meus avós, o contato com a fotografia era anual; para meus

pais, mensal; para mim, quase semanal; e para meu filho, diário.

A revolução em nossas vidas pela naturalização da fotografia

é notável. Desde 2001, André Feliciano vem alertando sobre a

transformação que estamos vivendo. No início, muitas pessoas

que tinham contato com seu trabalho podiam achar que ele

estava exagerando; hoje em dia, é difícil encontrar alguém que

duvide. Ao trocar as flores por câmeras, ele escancara uma

realidade evidente em quase toda metrópole: há mais câmeras

do que flores em nossas vidas.

Eu poderia falar sobre o trabalho de André Feliciano, sobre

privacidade, tecnologia, comportamento, futuro, e até sobre o

passado. Na semana passada, vi um vídeo de uma mãe pedindo

para sua filha de 5 anos simular que estava tirando uma foto;

ela fingiu estar tirando uma foto com um celular. A reação dos

espectadores ao visitar a exposição de André Feliciano será

semelhante: os mais velhos lembrarão do passado, quando

precisavam colocar um rolo de filme negativo na câmera para

tirar fotos, enquanto os mais jovens olharão para a câmera e

pensarão: “Para que serve isso? Quem usa isso hoje em dia?”

Talvez, no futuro, alguém olhe para um celular e diga: “Nossa,

vocês precisavam disso para tirar fotos?”

E o que se mantém presente? A natureza da fotografia, que

será sempre natural em nossas vidas, independente do meio

transmissor ou captador. A pesquisa de André Feliciano é

atemporal.



___________


Imagens que Falam por Paula Borghi


Quando se trabalha com artes visuais, na maioria das vezes,

dedica-se à linguagem das imagens. E se, a princípio, não é possível

compreender o que um trabalho de arte quer dizer, isso não significa

que ele não fale. Pelo contrário, as imagens são sujeitos que se

comunicam com o mundo, embora nem sempre sejam entendidas.

Talvez por isso seja comum dizer/escutar que o artista está à frente

de seu tempo. À frente, atrás ou concomitante ao tempo, a prática

artística comumente se apropria, se inspira e dialoga com os sujeitos

que habitam as imagens.

Ao observar a recente produção de André Feliciano, é impossível não

relacioná-la à história da fotografia. O que se vê, de imediato, é uma

referência aos meios de produção da imagem fotográfica e seus

avanços tecnológicos. O uso de técnicas como fotografia salgada

e fotopintura, ambas obsoletas na era digital, evoca sujeitos do

passado e faz com que eles voltem a contar suas histórias.

Pode-se interpretar esta exposição como uma conversação entre

sujeitos que escreveram e se inscrevem na história da fotografia.

Dialogando com o passado por meio da técnica e com o futuro por

meio de ideias florescentistas, a obra de Feliciano ecoa o grito da

ecologia por meio da imagem fotográfica. E como grito que é, suas

imagens podem ser escutadas desde muito longe, ainda que poucas

sejam as pessoas que as compreendam.



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O Jardineiro é Um Cara Legal por Rodrigo Sassi


A expressão “tal pai, tal filho” indica similaridade, mas algumas

vezes vai além do respaldo da genética. Se essa expressão

pudesse ser generalizada abarcando toda uma categoria,

certamente ela seria validada no campo das artes plásticas. Não

raro, nós artistas nos referimos aos nossos próprios trabalhos

como filhos, metáfora, exagerada ou não, usada para falar de

uma criação que foi tão lapidada, a ponto de expor nossa própria

intimidade. O mesmo acontece no sentido inverso, ao me tornar

pai, não foram poucas as vezes ouvi que minha filha era minha

maior obra.

Isso se aplica necessariamente a uma obra genuína, livre de

modismos ou influências do mercado. Se não for verdadeira e

vier de dentro, não conta. E com André Feliciano não poderia ser

diferente. Sua obra, num primeiro momento nos agrada, torna

o ambiente mais leve, feliz, assim como ele. Digo num primeiro

momento pois, para mim, sua obra é formada por várias camadas,

assim como seu autor. Esquisito por fora, complexo por dentro do

macacão que habita.

Sua poética não se desvincula de padrões estéticos, mesmo

que estes padrões sejam criados pelo próprio artista. Isso

poderia bastar para um público mais apressado ou mesmo

desatento, afinal, a arte está aí para ser entendida em suas

mais variadas possibilidades. Ao nos aprofundar, percebemos

uma complexidade, que por pouco não é sucumbida pelo seu

figurativismo lúdico. Sua obra percorre toda história da fotografia,

reverencia técnicas, se apropria de momentos, congela instantes.

A fotografia, ao contrário de quando surgiu, é amiga da pintura,

agora reverenciada por ela. Também é amiga da escultura, se

formos pensar, ambas se constroem por meio da luz, uma criando

volumes, outra se revelando por completo. Neste ambiente de

profunda harmonia, Jardineiro nos apresenta seu mundo, seu

ateliê, cultivando e colhendo coisas legais.



_________



Em 25/05/2024 a Zipper Galeria abriu a exposição "O Ateliê Fotográfico de André Feliciano". Confira as fotos do evento: https://www.arteempauta.com.br/25-05-2024-zipper-galeria

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